A obra do realizador, artista e caçador inuíte Zacharias Kunuk é, em múltiplos sentidos, absolutamente única. A sua importância explica-se não apenas pela sua singularidade temática, mas também pela forma inovadora de pensar a relação entre a produção contemporânea de cinema e o encontro entre culturas.

Pioneiro na realização de cinema inteiramente falado na língua inuíte, Kunuk explica as tradições desta cultura e especula sobre os seus ritos e mitologia no tempo atual. Através dos seus filmes de suspense e ação, tanto de ficção como documentais, tornou-se num realizador fundamental para compreendermos a vitalidade e a resiliência cultural dos povos do Ártico, sendo autor de verdadeiros marcos do cinema indígena.

O Batalha apresenta as suas principais obras, premiadas em importantes festivais e espaços de arte internacionais — da Palma de Ouro em Cannes à representação do Canadá na Bienal de Veneza — tentando-se explicar a sua pujança técnica, visual, ética, assim como a qualidade encantatória das suas histórias, que nos conduzem a encontros íntimos com vidas (reais e ficcionadas) da sua cultura e comunidade.