A história do cinema está repleta de filmes de grande sucesso, que ultrapassam gerações, mas também de filmes esquecidos. Alguns, décadas após a sua estreia, são resgatados e restaurados, ganham uma nova vida e percorrem festivais. Mas nem sempre chegam às salas de cinema. Com duas sessões por mês, o programa Tesouros do Arquivo propõe a (re)descoberta das últimas obras restauradas por importantes laboratórios, arquivos e cinematecas. Obras cuja importância para a história do cinema é já reconhecida, mas também outras, de múltiplas geografias, que por diversas circunstâncias não chegaram ao grande público.

Em todas elas encontramos olhares e indagações prementes, que justificam a sua revisitação — quer tenham sido realizadas há 20 ou 80 anos atrás.

No mês de maio, apresentamos dois filmes complementares que nos convidam à reflexão sobre as necessidades e dificuldades das diásporas africanas no final dos anos 60. Celebramos em junho o mês do Pride com duas sessões que destacam a importância e urgência de reclamar, construir e preservar uma memória LGBTQIA+: desde a ficção camp e subversiva brasileira A Rainha Diaba ao essencial documentário sobre a primeira National March on Washington for Lesbian and Gay Rights, terminando com The Watermelon Woman e o seu potencial, enquanto ficção-documental, para criar e contar a história de pessoas negras e lésbicas no cinema. Fechamos a temporada em julho com um tesouro digno dos dias mais quentes, uma obra italiana que reúne dois ícones do cinema do século XX, Marcello Mastroianni e Sophia Loren, numa inesperada e leve comédia de verão.

Curadoria de Joana Canas Marques e Lídia Queirós.